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março 30, 2011

Namorados Para Sempre

Título: Namorados Para Sempre / Blue Valentine
            2010, Derek Cianfrance

I feel like men are more romantic than women


Não se deixe enganar pelos pôsteres e trailers românticos. Em "Blue Valentine", o espectador vai acompanhar no passado e no presente de Cindy (Michelle Williams, O Segredo de Brokeback Mountain) e de Dean (Ryan Gosling, Diário de Uma Paixão), a construção e desconstrução do amor, respectivamente.

Logo que conhece Cindy, Dean se apaixona perdidamente. Ela, por sua vez, se encanta pelo seu jeito descontraído e, digamos, louco. E assim, com uma ajuda de uma gravidez não planejada, eles acabam se casando. Com os mais de seis anos de convivência, a vida de ambos cai na rotina e, com isso, manter a relação passa a ser um trabalho diário. Até o dia quem que há o colapso.

Interessante que, no começo do filme, Cindy pergunta a sua avó sobre como uma pessoa pode confiar nos seus sentimentos, se eles podem desaparecer com tanta facilidade. Em resposta ela recebe: "Acho que você só poderá descobrir se tiver o sentimento. Acho que você poderá falar 'Sim, eu confio, confio em mim mesma.'" E é exatamente assim que ela faz.

Um filme bonito e triste, que mostra que quando chega o momento do fim para alguém, o fim chegou para os dois. Não há escapatória.

Extra! - Michelle Williams foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz pela sua atuação no filme.



março 27, 2011

Não me Abandone Jamais

Título: Não me Abandone Jamais / Never Let me Go
           2010, Mark Romanek


I don't let the fantasy go beyond that


O filme conta a história de um colégio regular ― aparentemente interno. Contudo, logo descobrimos que não é bem assim. As crianças que ali estudam, nasceram e são preparadas para salvar a vida de outras pessoas através da doação de seus órgãos. Tal jornada é contada através de três jovens: Ruth (Keira Knightley, Orgulho e Preconceito), Kathy (Carey Mulligan, Educação) e Tommy (Andrew Garfield, A Rede Social).


E aí as próximas cenas vão nos revelando do que realmente aquilo tudo se trata -- todo aspecto sombrio, covarde, solitário e horrível. Destacamos aqui o quanto um longa tido como ficção científica fugiu totalmente dos robôs, invasões e altos modernismos para se refugiar em um clássico romance.

E mesmo com a verdade tendo sido revelada ainda quando crianças e mesmo tendo descoberto que foram enganados, que não havia amor ou união que pudesse livrá-los da morte precoce, não há reação vinda das mesmas -- o que deixa claro que elas aceitam e querem cumprir seu destino, apesar de tudo.

Se você vai chorar ou não assistindo, vai depender do seu estado de espírito no dia ou da sua sensibilidade em geral. É basicamente uma obra de aparências que só nos engana. Embora pareça uma longa sequência de dramalhões, é um filme sutil e sensível que abre margens para longas discussões sobre o amor, a vida e a aproximação da morte.

Extra! - o filme foi baseado no livro de mesmo título, escrito por Kazuo Ishiguro e lançado pela Companhia das Letras aqui no Brasil.