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junho 13, 2011

Deixe ela Entrar e Deixe-me Entrar

- Deixe Ela Entrar / Let the Right One In / Låt Den Rätte Komma In
  2008, Suécia, Tomas Alfredson, Drama, Fantasia, Romance

- Deixe-me Entrar / Let Me In
  2010, Estados Unidos, Matt Reeves, Drama, Fantasia, Horror
 
You have to invite me in



Oskar é um menino meio abandonado pela família, que vive sendo provocado na escola e por isso é um tanto solitário. Até que chega um dia em que ele conhece uma menina, aparentemente mais abandonada que ele, que acabara de se mudar com um senhor para seu prédio.

No primeiro breve contato que ambos tiveram, a menina deixa logo claro que não pode ser amiga dele e não oferece explicações, o que deixa Oskar claramente desapontado. Contudo, os encontros no pátio do prédio não paravam e a medida que a intimidade e confiança iam aumentando, tanto a insegurança dele, quanto os segredos dela, acabam sendo expostos.


Baseado no romance de John Ajvide Lindqvist e roteiro escrito pelo próprio, Deixe Ela Entrar (Let the Right One In, Låt Den Rätte Komma In) foi dirigido por Tomas Alfredson e lançando em 2008. Com uma sutil mudança no título e dois anos depois, o diretor Matt Reeves, filmou o remake e Deixe-me Entrar (Let me in, 2010) estreou.


E de sutilezas em sutilezas, em sua maioria quase imperceptíveis, Reeves faz do seu remake (bastante precoce, convenhamos) quase uma xerox do original. Estamos aqui com duas culturas que resolveram criar um filme baseado no mesmo romance.


No sueco, a história é narrada de forma linear, apresentando personagens e desenvolvendo o enrendo. É um filme de olhares, de caráter intimista, que passa sua mensagem através das imagens somente, tendo o texto como aliado e não como base -- isto é, nele não precisamos de grandes diálogos para entendermos o que está se passando. Para tanto, a expressividade é um ponto forte e fundamental, principalmente para Eli, que se destaca neste âmbito.


Já a versão americana começa em clima que mistura ação e tensão e conta com muito fatores que vão além da pura interpretração -- como o uso constante de falas e trilhas. Com maior disponibilização de verba e orçamento, cenas que na outra versão eram obscuras, recebem destaque, o que nem sempre favorece o filme. A maquiagem forte e os efeitos especiais usados em algumas partes, por exemplo, dão um ar mais sinistro, ao mesmo tempo que torna tudo mais irreal. Vale ressaltar a presença de cenas que sugerem demasiada violência e dão pistas sobre o final do filme.


Longe de querermos cair na velha crença que diz que o cinema americano vai ser sempre inferior ao cinema europeu em questão de significado, mas neste caso é impossível ter opinião diferente. A versão sueca, seja por ter tido o autor como roteirista ou por qualquer outro motivo, surpreendeu positivamente quem assitiu, mostrando um filme que consegue misturar sentimentos bons e ruins de forma bela e sem ser desequilibrado ou exagerado para mostrar um ponto. A versão americana, aliás, já começou de forma desnecessária por ser o remake de um filme que tinha apenas dois anos. Se ainda fosse justificada pela adição de uma nova perspectiva ou interpretação, mas nem foi o caso. Se vale a pena assistir aos dois? Tudo vale a pena, nem que seja só para efeito de comparações.
 


Por Mariana Rodrigues e Rebecca Albino

Um comentário:

  1. Estou um tanto quanto curiosa para ver a versão americana, apesar de saber que no fim das contas sairei do cinema preferindo a versão sueca!

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